11 maio Os segredos de Aurora
Entrevista com Manoel Constantino, que lança O diário quase ridículo de Aurora, pelo Mariposa Cartonera
Mariposa Cartonera – Quem é Aurora?
Manoel Constantino – Uma mulher que aprendeu a olhar para si mesma, buscando compreender incansavelmente os caminhos do amor, da construção da vida a partir do bem querer, sem medos e culpas. Aurora mergulha e se expõe, daí a sua grande pergunta: qual o problema em querer ser feliz?
Mariposa Cartonera – O livro reproduz realmente um diário, com textos que vão se costurando e nos mostrando várias facetas de Aurora. Como foi o processo de escrita desses textos?
Manoel Constantino – A princípio foi uma avalanche e nem imaginava que seria o diário de Aurora. Tudo começou num daqueles dias em que você sente uma vontade danada de escrever, quase como uma respiração necessária e tudo começou numa mesa de bar. Achei que seriam textos que se transformariam em poemas.
Mariposa Cartonera – O diário quase ridículo de Aurora começou como uma peça, pensada para o formato de café-teatro. Por que transformá-la em livro?
Manoel Constantino – O primeiro resultado de Aurora, enquanto escrita, surgiu na internet. Comecei a postar os textos de Aurora para tentar sentir como as pessoas enxergariam uma mulher que, apesar de achar ridículo fazer confissões, se confessa através de um diário. Daí, mostrei os textos aos meus parceiros da Cia de Teatro Omoiós e eles, Rose Quirino e Léo Bouças, me intimaram a montar como performance. E o melhor caminho que achei foi dentro de um projeto Café Teatro. Uma coisa bem próxima do público, quase pele a pele. O resultado foi além das minhas expectativas. O livro deveria ser a primeira consequência dessas minhas escrituras mas o teatro falou mais alto. Acho que o livro sai com mais força, depois de o texto ter sido experimentado no aqui e no agora, ao vivo.
Mariposa Cartonera – Você certa vez falou que a recepção da peça por homens e mulheres é diferente. Poderia falar sobre isso? Acha que isso se repetiria com o livro?
Manoel Constantino – São dois olhares de mundo, o masculino e o feminino, e quando esses olhares se aproximam as leituras se complementam. Para alguns homens que assistiram o espetáculo, Aurora é quase um vulcão e aí me revela que a identificação perpassa pelo fogo, elemento que acho muito parecido com masculino. Já as mulheres se encontram em Aurora pela coragem e pela sensibilidade, a água, fundamental para a criação. Juntando homens e mulheres dá uma fervura boa, né?
Mariposa Cartonera – Por que publicar no formato cartonero?
Manoel Constantino – Creio que é um dos caminhos mais salutares para uma obra que se propõe alternativa, que sai de caminhos apenas econômicos e que percorre estradas que buscam pessoas sensíveis e mais abertas.
Enviaremos seu exemplar de O diário quase ridículo de Aurora para todo o país.
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