22 maio Lançamentos de maio
Mariposa Cartonera lança quatro títulos e inaugura sede no Poço da Panela
A Mariposa Cartonera, que produz livros artesanais com capas de papelão reutilizado, lança quatro títulos na próxima quarta-feira (27). O pernambucano radicado na Paraíba, Astier Basílio (Falsas Ficções), o cearense radicado em Recife, Samarone Lima (Tempo de vidro) e os baianos Gustavo Rios (Allen mora no Térreo) e Lima Trindade (Aceitaria tudo) autografam seus livros a partir das 20h na Casa Astral, espaço que é a sede do Mariposa Cartonera. Os livros têm design gráfico assinado por Patrícia Cruz Lima e capas produzidas em parceria com Pé de Letra, Comissão Cartonera, Maracajá Cartonera e Cartonera Do Mar.
COLEÇÃO – Os livros compõem a coleção 2015 da editora, viabilizada graças a uma campanha de financiamento coletivo. Os apoiadores do projeto que escolheram os livros dos autores que estão no próximo lançamento receberão os exemplares no dia, acompanhados de link para um conteúdo exclusivo gravado pelos autores especialmente para quem comprou a ideia da coleção. Cada livro da coleção terá suas capas confeccionadas por uma das editoras cartoneras em atividade no estado e, ao final do processo, cada uma delas poderá reeditar esses livros, numa estratégia de gerar renda aos coletivos e fortalecer seus catálogos.
SERVIÇO
Lançamento Mariposa Cartonera (Astier Basílio, Gustavo Rios, Lima Trindade e Samarone Lima)
Onde: Casa Astral – Rua Joaquim Xavier de Andrade, 104 – Poço da Panela
Quando: 27/05 (quarta-feira) a partir das 20h
Informações: 81 9589-7777 | contato@mariposacartonera.com.br.br
Preço: R$ 15,00 (cada).
SINOPSES
Tempo de Vidro
“Tempo de Vidro” é o primeiro livro de poemas do jornalista e escritor Samarone Lima, publicado originalmente com o livro “A praça azul”, pela editora Paés, em 2012. Agora, ganha edição artesanal, com capas produzidas pela Cartonera Do Mar.
Trata-se de um longo poema narrativo, com memórias pessoais, familiares, remetendo às origens mais distantes, numa espécie de jornada mítica e pessoal.
Segundo o professor Lourival de Holanda, que assina um longo posfácio, “o poema se apresenta como uma sucessão de fragmentos de memória; migalhas da mesa da vida – e agora o poeta recolhe esses indícios para recompor e salvar da insignificância. O intuito do poema parece ser restaurar ou instaurar uma inteligibilidade com os fragmentos do vivido. Daí dizer: recriei um pedaço do cosmos”.
Falsas Ficções
O livro traz oito narrativas, a maioria partindo de episódios históricos, como “Fora Collor” ou, mais acentuadamente, “Linha do tempo”, em que se especula como seriam as sucessões presidenciais caso não houvesse ditadura militar no Brasil.
Teatro, política e o pentecostalismo, alguns dos temas caros ao autor, são retomados. O conto “Quatro Versões de A. Benítez”, que fecha o volume, é um exímio exercício de metalinguagem e metaficção com um humor ácido e com situações insólitas que, curiosamente, soam familiares. “Falsas ficções” tensiona a linha tênue entre história, memória e literatura.
As capas desta edição artesanal foram feitas pela editora Pé de Letra.
Allen mora no térreo
Uma flor nasce num descampado e atravessa a vida de duas pessoas completamente diferentes. Dois garotos descobrem que seu ídolo literário atualmente mora perto deles, enquanto em outro texto um homem repensa a própria vida no dia do aniversário, após perceber um simples quadro na parede da sala.
Das situações mais banais – um gerente de banco que passa a conhecer Napoleão Bonaparte a um garoto que tenta escapar de um destino terrível -, os contos do livro buscam novas forma de interpretação através da linguagem.
“Allen mora no térreo” é o terceiro livro do baiano Gustavo Rios e teve as capas produzidas pela Comissão Cartonera, da Bomba do Hemetério.
Aceitaria tudo
Dez anos sem ver aquela que foi a mulher da sua vida e, de repente, a possibilidade do reencontro surge. Dez anos. Que fim teria levado Bárbara? Casou-se? Tornou-se mãe? Trabalha de garçonete num bar fétido? Com a insinuação desse pequeno mistério, Lima Trindade inicia a série de quatro fortes – e não raro poéticas – narrativas do livro “Aceitaria tudo”.
São contos onde a humanidade das personagens é empurrada contra a parede e posta à prova, onde as entrelinhas revelam um sutil tom de ironia. É o que vemos no monólogo de uma mãe a protestar o amor incondicional ao filho – mesmo descobrindo nele um defeito extremamente difícil de lidar – e na descontraída conversa em um salão de beleza a respeito do aumento do número de estrangeiros na cidade. O volume fecha com um olhar delicado e contemporâneo sobre a clássica tríade do desejo, amor e traição.
A produção das capas ficou por conta da Maracajá Cartonera, com design e encadernação de Cuca Amador.
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