Diagramando livros no Word - Wellington de Melo
Mariposa Cartonera é um selo editorial que trabalha de forma sustentável com livros artesanais feitos com capas de papelão coletado nas ruas. As capas são pintadas e costuradas manualmente pelos integrantes do coletivo ou em oficinas realizadas em comunidades da periferia do Recife.
livros,cartoneros,artesanais,mariposa,cartonera
10356
post-template-default,single,single-post,postid-10356,single-format-standard,theme-bridge,bridge-core-2.4.7,qode-quick-links-1.0,woocommerce-no-js,ajax_fade,page_not_loaded,,side_area_uncovered_from_content,columns-3,qode-theme-ver-23.2,qode-theme-bridge,wpb-js-composer js-comp-ver-7.9,vc_non_responsive,elementor-default,elementor-kit-22352

Diagramando livros no Word

Diagramando livros no Word

Cada vez mais é comum que as pessoas queiram publicar seus próprios livros. Embora tenha questionamentos sobre a viabilidade da autopublicação, que tem suas vantagens e limitações, acho que é bacana poder gerir o processo de edição de seu livro.

Uma das primeiras dificuldades que alguém que pretenda passar para a autopublicação é a diagramação do livro. Editoras utilizam programas profissionais para este fim, como o InDesign, que são as ferramentas ideais para este tipo de trabalho. No entanto, é possível diagramar um livro usando programas mais simples como o Word, desde que se tenha alguns macetes.

Particularmente, nada substitui o trabalho de um designer ao pensar um livro enquanto um artefato, muito menos o do editor, por seu olhar crítico e sua visão do livro como um produto. Se puder ter esses profissionais com você, tenha. O que se segue é uma alternativa para aqueles que não têm como dispor do trabalho desses profissionais ou não têm grana para contratar uma editora.

Os originais

Primeiro, umas perguntas. Já revisou seu livro? Na ausência de um editor, já pediu pelo menos para que algum amigo leitor fizesse uma leitura crítica? Tem certeza de que não há deslizes de digitação ou coisa do tipo? Se respondeu sim a essas perguntas, pode começar. É muito chato quando alguém publica um livro e só depois descobre os vacilos. Então, leve a sério seu trabalho: revise, releia, peça opiniões, sem esse complexo de gênio da raça. Se você está escrevendo para você mesmo e não quer levar em conta o que outros veem em sua obra, melhor nem publicar: faça um manuscrito e guarde num baú. Originais que estão aptos para serem publicados devem passar por essa maceração.

Antes de começar a diagramar, para evitar qualquer problema, clique em “Salvar como” e dê um nome diferente ao arquivo, tipo, “originais-nomedolivro-diagramar.docx”, para evitar perder qualquer coisa.

Cortando espaços

Mesmo depois da revisão, você precisa passar uma limpa em pequenos erros de digitação que não serão vistos a olho nu. Para ver esse tipo de coisa, você deve clicar ctrl+shift+8. Verá que o texto ficará todo pontuado com caracteres ocultos de espaço e parágrafo, além de outros mais específicos. Assim você terá uma visualização do que deve ser mudado.

Primeiro, delete espaços duplicados: clique Crtl+U. Verá duas caixas de substituir. Na primeira, clique duas vezes na barra de espaço e na segunda clique apenas uma vez na barra de espaço. Depois clique em “Substituir tudo”. Repita isso até que não haja mais espaços duplos. Se você usou espaços para avançar um verso do poema ou dar parágrafos, esqueça. Se preferir deixar como está, tudo bem, mas isso deixa a edição imprecisa.

Formato do livro

Feita essa limpeza básica, vamos pensar então no formato do seu livro. Isso passa, via de regra, pelo gênero que escolheu e pelo tamanho final do livro. Se você quer publicar um livro de poemas, normalmente formatos menores são os mais adequados. Isso é muito relativo, na verdade. Meu terceiro livro, o peso do medo 30 poemas em fúria, um projeto gráfico fenomenal da Editora Paés, tem um formato bem fora do convencional. Essas ousadias, no entanto, acho que cabem para designers profissionais. Acho muito bacana o formato da coleção de poesia da 7Letras, com 13cm x 20cm. É pequeno, mas maior que um livro de bolso. Se quiser praticidade, o formato A5 também é uma. Neste caso, 14,8cm x 21cm é seu tamanho. Há ainda o formato A6 (10,5cm x 14,8cm), usado para cordel e para livretos menores. Para você se ligar, A5 é metade do A4 e A6 é metade do A5. Por aí vai.

Para livros de ficção, vale a coisa da quantidade de páginas. Se o livro tem mais de 250 páginas, vale a pena apostar no formatão de romance, 16cm x 23cm, que é aquele formato mais robusto em que você encontra os best-sellers. Mas é um formato com custo mais caro. Se você diagramar em espaçamento duplo tamanho A4 seu livro, dará a mesma quantidade de páginas se for nesse formato com espaçamento simples, para você ter uma ideia. Se o livro é menor, você pode apostar no tamanho A5 ou até num formato menor e mais elegante, de 14cm x 21cm, um pouquinho menor, mas que acho que fica bacana também. Se quiser partir para o formato bolso, o clássico é 11cm x 17,8. O pessoal que escreve ficção científica deve lembrar da série de Asimov. Por aí.

1 Comment